Já reparou que boa parte das decisões que tomamos no nosso dia a dia não são verdadeiramente decisões?
O que eu quero dizer com isso é que muitas das nossas atividades diárias são meramente repetições do que normalmente já fazemos. Quando acordamos, por exemplo, temos uma pequena rotina que repetimos muitas vezes sem questionar. É como se estivéssemos ligados num piloto automático. Sabe o que é isso?
Isso é o que chamamos de hábito. Alguns estudos mostram que quase metade de nossas escolhas diárias são hábitos.
Mas por quê? Como isso afeta a sua vida?
Quero compartilhar contigo alguns aprendizados que tive com o livro “O Poder do Hábito” de Charles Duhigg, jornalista ganhador do Prêmio Pulitzer.
Os hábitos são uma maneira de nosso cérebro economizar energia e focar em outras ações que necessitem de maior atenção de nossa parte. No início, podemos até precisar gastar certa energia para aprender algo novo.
É como usar um aplicativo ou andar de bicicleta pela primeira vez. Quando começamos, temos dificuldade, investimos bastante tempo, mas ao longo da jornada vamos acostumando-nos e internalizando a experiência da ação. Depois de um tempo, o que aprendemos se torna intuitivo e de nosso total domínio. Nesse momento você até esquece que um dia teve dificuldades e naturalmente o faz.
Isso afeta a sua vida completamente. São essas pequenas rotinas que moldam não apenas um dia, mas as nossas semanas, anos, décadas. Somos resultados dos nossos hábitos – ou seria o contrário?
Para entendermos melhor como funcionam nossos hábitos, precisamos prestar atenção em suas três fases.
1. A deixa
É um gatilho que dispara no cérebro que está na hora de começar uma atividade. Eu, por exemplo, logo após de acordar, vou meditar um pouco. Minha deixa todas as manhãs é escutar o alarme do relógio e levantar. Mas a deixa pode ser um local, um sentimento, uma pessoa. Qualquer coisa que desperte você.
2. O hábito
É uma atividade que é sempre realizada quando você encontra a sua deixa. No meu caso é o hábito de meditar todas as manhãs.
3. A recompensa
A recompensa é o resultado que essa atividade trás. Pode ser ao curto prazo como a minha sensação de relaxamento e bem estar após a meditação. Também pode ser ao passar de um tempo como foi a melhora da minha postura e do meu sistema cardiovascular após uma longa série de dias meditando.
Quanto melhor ou maior a recompensa, maior será a vontade de repetir a rotina. Desta forma, terá uma ligação mais forte com a deixa, que o lembrará da rotina que logo trará satisfação e o ciclo se reforça e maior a chance do hábito se repetir.
Mas qual o motivo de eu estar escrevendo isso?
É importante sabermos desse ciclo para termos maior consciência sobre nossas ações e criarmos rotinas que nos beneficiem e tragam resultados positivos focando nas suas metas pessoais. Desta maneira você poderá criar novos hábitos ou mudar aqueles que não lhe fazem bem.
Na próxima semana, vou explicar um pouquinho mais como criar hábitos e utilizá-los ao nosso favor. Enquanto isso, o que acha de pensar e fazer uma lista com alguns hábitos que você notou ter?
Comentários